NOITE DE OUTONO
Chegou a chuva acompanhada
pelo vento. Chegou o outono. Logo hoje que me apetecia ser absorvido pela noite
….
A chuva e o vento dançam
ritmadamente o que esfuma o meu apetite de calcorrear bosques e montes…
pressagio uma noite acabrunhada.
Por outro lado permanecer
na toca solitariamente, não alicia o meu instinto indomesticável.
Sou uma criatura notívaga,
solitária…por opção, mas até a alma mais solitária, por vezes necessita de
parceria.
Aquela instabilidade
emocional de não querer o silêncio, não o silêncio como silêncio, mas o
silêncio do espirito…não quero estar sozinho com o meu Eu…queria partilhar o
meu espirito.
É sim, a vontade de querer
partilhar o momento, com aquela Alma que nos complementa…que mesmo em silêncio,
ouvindo o vento a murmurar á chuva, possamos comunicar.
Por vezes o essencial é a
companhia, a presença…saber que está ali…que não estamos sós…mesmo que seja em
silêncio.
No fundo é a consciência de
saber que não estamos sós…como costumo dizer é o calor humano…e é nestes
momentos que a solidão, se torna uma ânsia que corrói o interior.
No fundo é uma solidão
igual a tantas outras, que se repete dia após dia, noite após noite, mas hoje
tornou-se mais volátil, convertendo-se numa instabilidade emocional.
Nada que possamos fazer nos
ocupa a mente…algo turba a concentração…nada nos preenche…expecto a companhia
certa para partilhar este momento de angústia.
Cigarro atras de cigarro,
vagabundeio em pensamentos…atiro-me para o Futuro…caio no Passado…agarro-me ao
Presente, mas na névoa do cigarro…esfumasse o teu rosto, mas rapidamente se
dissipa, obrigando-me a decair na realidade da solidão…
Uma permanente insatisfação
em que sou abalroado, por um sentimento que me impele para a tua companhia. Não
se trata de saudade…mas sim de companhia…
A única forma de combater
esta solidão é a tua presença física…
Uivo comovente, tendo como
testemunha a Lua…até a chuva e o vento interromperam a sua dança…só tu é que
não me escutas….Ouve o uivo, deste sofredor que implora a tua presença.
Apesar de solitário, sou um
sere carente…sou um louco com a sensação de incompreendido. Tal, como o vulgar
dos mortais, tenho de tudo um pouco, mas muita sede do teu amor.
Sinto-me um lobo vagabundo,
queria saber fintar o amor e derrubar esta solidão…mas é diversão impossível…
Anseio a tua presença, como
barco afundar-se anseia o porto…quero o teu doce olhar, meigo e ternurento para
acalmar esta dor .
Uivo-te …não me ouves ou
não queres ouvir??? Com tal comoção afastei vento e chuva…apenas a Lua
permanece, sou amante da Lua…mas é a ti que desejo…
Por todos os recantos do
jardim do amor, te farejo, sinto teu cheiro….que desespero!
Parece que os Deuses, me
condenaram ao castigo…
Triste sina, a deste Lobo
Solitário…chorar é para o Humanos …como Lobo só me resta uivar…
AAAAAAAUUUUUUUU