sábado, setembro 29, 2012

NOITE DE OUTONO




Chegou a chuva acompanhada pelo vento. Chegou o outono. Logo hoje que me apetecia ser absorvido pela noite ….
A chuva e o vento dançam ritmadamente o que esfuma o meu apetite de calcorrear bosques e montes… pressagio uma noite acabrunhada.
Por outro lado permanecer na toca solitariamente, não alicia o meu instinto indomesticável.
Sou uma criatura notívaga, solitária…por opção, mas até a alma mais solitária, por vezes necessita de parceria.
Talvez esta melancolia tenha sido trazida pelo vento de outono…
Aquela instabilidade emocional de não querer o silêncio, não o silêncio como silêncio, mas o silêncio do espirito…não quero estar sozinho com o meu Eu…queria partilhar o meu espirito.
É sim, a vontade de querer partilhar o momento, com aquela Alma que nos complementa…que mesmo em silêncio, ouvindo o vento a murmurar á chuva, possamos comunicar.
Por vezes o essencial é a companhia, a presença…saber que está ali…que não estamos sós…mesmo que seja em silêncio.
No fundo é a consciência de saber que não estamos sós…como costumo dizer é o calor humano…e é nestes momentos que a solidão, se torna uma ânsia que corrói o interior.
No fundo é uma solidão igual a tantas outras, que se repete dia após dia, noite após noite, mas hoje tornou-se mais volátil, convertendo-se numa instabilidade emocional.
Nada que possamos fazer nos ocupa a mente…algo turba a concentração…nada nos preenche…expecto a companhia certa para partilhar este momento de angústia.
Cigarro atras de cigarro, vagabundeio em pensamentos…atiro-me para o Futuro…caio no Passado…agarro-me ao Presente, mas na névoa do cigarro…esfumasse o teu rosto, mas rapidamente se dissipa, obrigando-me a decair na realidade da solidão…
Uma permanente insatisfação em que sou abalroado, por um sentimento que me impele para a tua companhia. Não se trata de saudade…mas sim de companhia…
A única forma de combater esta solidão é a tua presença física…
Uivo comovente, tendo como testemunha a Lua…até a chuva e o vento interromperam a sua dança…só tu é que não me escutas….Ouve o uivo, deste sofredor que implora a tua presença.
Apesar de solitário, sou um sere carente…sou um louco com a sensação de incompreendido. Tal, como o vulgar dos mortais, tenho de tudo um pouco, mas muita sede do teu amor.
Sinto-me um lobo vagabundo, queria saber fintar o amor e derrubar esta solidão…mas é diversão impossível…
Anseio a tua presença, como barco afundar-se anseia o porto…quero o teu doce olhar, meigo e ternurento para acalmar esta dor .
Uivo-te …não me ouves ou não queres ouvir??? Com tal comoção afastei vento e chuva…apenas a Lua permanece, sou amante da Lua…mas é a ti que desejo…
Por todos os recantos do jardim do amor, te farejo, sinto teu cheiro….que desespero!
Parece que os Deuses, me condenaram ao castigo…
Triste sina, a deste Lobo Solitário…chorar é para o Humanos …como Lobo só me resta uivar…

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