sábado, agosto 26, 2006

Amar, amar perdidamente...

Memórias de um Lobo Solitário
" AMAR"
Eu quero amar, amar perdidamente !
Amar só por amar: Aqui ...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!.
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desperender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!!!.
Há uma Primavera em cada vida!
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar.
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
que me saiba perder...pra me encontrar.
(Soneto do Livro de Soror de Saudade - Florbela Espanca)
Meus amigos:
Espero que tenham gostado deste lindo poema de Florbela Espanca.
Poetisa portuguesa, natural de Vila Viçosa (Alentejo). Nasceu filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antónia da Conceição Lobo, criada de servir (como se dizia na época), que morreu com apenas 36 anos, Tentou o suicidio por duas vezes em outubro e novembro de 1930, às vésperas da publicação de sua obra-prima, Charneca em Flor. Após o diagnóstico de um edema pulmonar, suicida-se no dia do seu aniversário, 8 de dezembro de 1930, em Matosinhos, tendo sido apresentada como causa da morte, oficialmente, um «edema pulmonar».

Registada como filha de pai incógnito, foi todavia educada pelo pai e pela madrasta, Mariana Espanca, em Vila Viçosa, tal como seu irmão de sangue, Apeles Espanca, nascido em 1897 e registado da mesma maneira. Note-se como curiosidade que o pai, que sempre a acompanhou, só 19 anos após a morte da poetisa, por altura da inauguração do seu busto, em Évora, e por insistência de um grupo de florbelianos, a perfilhou.

Os casamentos falhados, assim como as desilusões amorosas, em geral, e a morte do irmão, Apeles Espanca (a quem Florbela estava ligada por fortes laços afectivos), num acidente com o avião que tripulava sobre o rio Tejo, em 1927, marcaram profundamente a sua vida e obra
Poetisa de excessos, cultivou exacerbadamente a paixão, com voz marcadamente feminina (em que alguns críticos encontram dom-joanismo no feminino). A sua poesia, mesmo pecando por vezes por algum convencionalismo, tem suscitado interesse contínuo de leitores e investigadores. É tida como a grande figura feminina das primeiras décadas da literatura portuguesa do século XX.

A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico.

O Livro Soror de Saudade é publicado em
1923. A morte do irmão, Apeles (num acidente de avião), abala-a gravemente e inspira-a para a escrita de As Máscaras do Destino.
AAAAAAAAAAUUUUUUUUUUU
AAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUU

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caro Wolf:

"Amar, amar perdidamente..."

Na minha opinião, escolheste um dos mais bonitos poemas de Florbela Espanca.

E para dar seguimento à tua escolha, aproveitando também para lhe prestar a minha homenagem, vou falar duma Poetisa que conheço pessoalmente e com quem privo com alguma frequência.

Maria José Dias... escreve e pinta. Conta já com mais de 80 anos, mas possui de facto um coração "enorme" repleto de amor e ternura, que aliados à sua inteligência, arte e sensibilidade... se revelam através da sua pintura e poesia.

Para mim, é uma Mulher extraordinária. A "juventude" que tem dentro de si, bem como a sua força de viver, é o exemplo a seguir para muitos jovens em idade que vemos por aí, que não têm motivação para nada, desesperam com tudo e na tenra idade já perderam a "esperança".

A idade não é sinal de "velhice". A "juventude" está dentro de nós!...

Maria José Dias nasceu no Rio de Janeiro, tendo sido mandada para Portugal aos dois anos, por falecimento de sua mãe. Entregue à sua avó paterna, foi educada com todos os níveis da boa educação incluindo estudos e trabalhos manuais. Dedicou toda a sua vida à Arte e Literatura. As suas obras estão espalhadas por todo o país,também Brasil, Dinamarca, Suiça, França, Espanha, etc.
Escreve poesia, contos e crónicas que estão publicados em livros e jornais de grande prestígio.

(E podia falar muito mais dos seus talentos, mas não me vou alongar. Apenas um pormenor relacionado com a pintura: pintou um xaile para Amália Rodrigues.)

Ainda este ano irá publicar o seu quarto livro.

Para terminar, escolhi um dos poemas incluídos no seu livro "Grito de Amor e Poesia" lançado em 2003. Espero que gostem e entendam a sua mensagem:


AMAR E SOFRER

O amor é eterno
Quando é verdadeiro!
Nunca se satisfaz
Nem quer viver em cativeiro.
Não gosta de ser escravo
Nem prisioneiro
De qualquer paixão.
Não se impõe
Mas marca
Queima
E deixa saudade
Solidão
E fere o coração.
Muitos têm medo de amar
Em profunda comunhão
Não querendo manter na alma
Essa sublime sensação
De viver
Amar e sofrer...

(Maria José Dias)

1 de setembro de 2006 às 15:47  
Anonymous Anónimo said...

Pois é Wolf...

Esqueci-me de escrever J.DEERE na intervenção anterior. É só para saberes quem escreveu!

Um grande abraço.

J.DEERE

(01/09/2006)

1 de setembro de 2006 às 15:56  

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