ELEFANTE BRANCO
Memórias de um Lobo Solitário
ELEFANTE BRANCO
ELEFANTE BRANCO
“ Uma coração que ama, é sempre um coração jovem”, foi assim que o Chefe Elefante Branco, viveu a Vida e o Escutismo.
Com o seu espírito jovem, incutia aos seus Rapazes o amor que nutria pela Vida e pelo Escutismo.
O Chefe Elefante Branco, surge na minha vida há 30 anos atrás, quando ingressei no Corpo Nacional de Escutas, no Agrupamento 391 – Antas.
Relembro esse dia como se fosse hoje. Numa tarde de Sábado primaveril, chego ao Agrupamento e deparo-me com vários jovens a fazerem amarrações e construções.
Enquanto observava os jovens absorvidos na sua tarefa, surge do interior das instalações um Chefe…alto e elegante, de cabelos brancos, olhos azuis, tez clara e rosada e impecavelmente uniformizado, ostentando ao peito as passadeiras de diversas condecorações.
Esta imagem surge aos meus olhos, na altura um gaiato rebelde e cheio de energia, como que de um general inglês se tratasse. Apesar da sua figura respeitadora, de imediato me cativou.
Depois de um breve diálogo, disse-lhe que queria ser Escuteiro e com o seu sorriso característico acolheu-me.
E assim estavam lançados os dados, para o inicio de uma sólida amizade entre um Elefante Branco e um Lobo Solitário.
Ao longo de 30 anos, o Chefe Elefante Branco foi para mim algo mais que um Chefe dos Escuteiros. Foi um amigo, um irmão mais velho, um confidente, foi como um pai.
A ele lhe devo, e como eu muitos rapazes, o homem que sou hoje. O Chefe tinha esse dom, para cada rapaz usava um molde, que depois os transformava em Homens.
Não se limitava apenas a ensinar o Escutismo, pretendia algo mais que isso. Fazia sentir aos seus Rapazes o orgulho da farda e em serem Escuteiros, incutia sentimentos e valores morais, disciplina, constante exercício físico e mental.
No entanto não tolerava, faltas de respeito e má educação, escuteiros mal uniformizados e incumprimento de horários.
Como é evidente a maneira de ser e estar, não era do agrado de todos. Mas na minha opinião isso só demonstra o grande carácter e personalidade do Chefe Elefante Branco, que não era moldável só para agradar ou tirar qualquer proveito próprio. Mas ao longo da História, os grandes Homens sempre foram assim…amados por uns incompreendidos por outros.
O Elefante Branco viveu o Escutismo, sempre ao lado dos seus Rapazes da qual tinha muito orgulho. Renegou cargos de destaque e protagonismos, para ele o Escutismo era viver na clandestinidade para fazer brilhar os seus Rapazes e acompanha-los ao longo da caminhada da Vida.
Não nos levava ao colo, mas estava sempre presente para nos estender a mão ajudando-nos a levantar para continuar a caminhada. A sua preocupação não se centrava apenas com o Escutismo, preocupava-se com a situação escolar, familiar dos seus Rapazes, de uma forma geral tínhamos sempre o Chefe presente na nossa vida em todos os campos.
As experiencias vividas com o Elefante Branco, são imensas. Tudo que mandava fazer era porque também o era capaz, se subíssemos a uma arvore o Elefante Branco esperava pelos seus rapazes no cimo dela. Se tivéssemos que mergulhar num rio, logo pela manha era o primeiro a entrar na água e a incentivar-nos a mergulhar.
Com ele vivi o Escutismo de forma intensa, cheia de ensinamentos e experiencias a todos os níveis.
Tenho consciência que no momento da vivencia, não compreendi alguns só mais tarde com o amadurecimento da idade os entendi e o quanto me foram e são úteis ainda hoje.
Relembro um acampamento, entre muitos, que ao montar o acampamento, o Elefante Branco, disse:
- Atenção ao tempo.
Estas palavras era sinónimo, que as condições climatéricas estavam instáveis e a qualquer momento podia chover, de imediato foi escolhido o melhor local para montar as tendas e tomar todas as precauções e não tardou muito a começar a chover.
Já acampei com chuva, mas aquele acampamento a chuva era imensa, mais parecia um dilúvio, que nos obrigou a permanecer nas tendas horas a fio e amuados com o S. Pedro, por nos ter “amarrado curto” perante um acampamento promissor de actividade.
Quando a chuva parou, saímos da tenda. Ao olhar em frente vi o Elefante Branco a contemplar os seus Rapazes a saírem da tenda, como que a ver suas crias a saírem da toca, todas enxutas e quentinhas. O brilho dos seus olhos e o seu orgulho iluminou aquele dia tempestuoso.
De todos os Agrupamentos presentes, fomos os únicos.
Viver o escutismo com ele, era estar em permanente actividade física e intelectual. Além de ter recebido das suas mãos a Insígnia de 1ª Classe, cumpri com êxito as provas de cerca de 15 especialidades, desde cozinheiro, intendente, ciclista, andarilho e muitas mais.
Qualquer acampamento que se realizasse, éramos nós que organizávamos tudo. Depois de tudo organizado, era tudo apresentado ao Chefe Elefante Branco, o relatório teria que constar a ementa diária, horários dos transportes, relação do material e o custo da actividade.
Para tal era necessário fazer um orçamento, calcular o custo diário de cada refeição e multiplicar por o número de refeições efectuadas, tendo sempre a atenção de alternar uma refeição de carne com uma de peixe.
Com tudo isto, o Grande Chefe, sabia que no futuro seriamos adultos auto-suficientes e cidadãos activos na sociedade. Com ele aprendi a cozinhar, a coser, a saber conviver em grupo e os valores morais, hoje em dia muito esquecidos.
Actualmente, compreendo o esforço enorme que o Chefe dedicou ao Escutismo e essencialmente aos seus rapazes. O tempo que nos dedicava, era tempo que não passava com a família que também dele precisavam.
- Atenção ao tempo.
Estas palavras era sinónimo, que as condições climatéricas estavam instáveis e a qualquer momento podia chover, de imediato foi escolhido o melhor local para montar as tendas e tomar todas as precauções e não tardou muito a começar a chover.
Já acampei com chuva, mas aquele acampamento a chuva era imensa, mais parecia um dilúvio, que nos obrigou a permanecer nas tendas horas a fio e amuados com o S. Pedro, por nos ter “amarrado curto” perante um acampamento promissor de actividade.
Quando a chuva parou, saímos da tenda. Ao olhar em frente vi o Elefante Branco a contemplar os seus Rapazes a saírem da tenda, como que a ver suas crias a saírem da toca, todas enxutas e quentinhas. O brilho dos seus olhos e o seu orgulho iluminou aquele dia tempestuoso.
De todos os Agrupamentos presentes, fomos os únicos.
Viver o escutismo com ele, era estar em permanente actividade física e intelectual. Além de ter recebido das suas mãos a Insígnia de 1ª Classe, cumpri com êxito as provas de cerca de 15 especialidades, desde cozinheiro, intendente, ciclista, andarilho e muitas mais.
Qualquer acampamento que se realizasse, éramos nós que organizávamos tudo. Depois de tudo organizado, era tudo apresentado ao Chefe Elefante Branco, o relatório teria que constar a ementa diária, horários dos transportes, relação do material e o custo da actividade.
Para tal era necessário fazer um orçamento, calcular o custo diário de cada refeição e multiplicar por o número de refeições efectuadas, tendo sempre a atenção de alternar uma refeição de carne com uma de peixe.
Com tudo isto, o Grande Chefe, sabia que no futuro seriamos adultos auto-suficientes e cidadãos activos na sociedade. Com ele aprendi a cozinhar, a coser, a saber conviver em grupo e os valores morais, hoje em dia muito esquecidos.
Actualmente, compreendo o esforço enorme que o Chefe dedicou ao Escutismo e essencialmente aos seus rapazes. O tempo que nos dedicava, era tempo que não passava com a família que também dele precisavam.
Mas atrás de um grande Homem, há sempre uma grande Mulher e essa mulher na vida do Chefe foi a sua esposa, Chefe Andorinha, que sempre esteve presente e caminhou ao seu lado ao longo da Vida.
Em Maio de 2009, o Chefe Elefante Branco, decidiu serenamente partir para o Acampamento Eterno.
Partiu como o desejava, fardado de Escuteiro e rodeado de escuteiros, viveu como sempre o desejou, abraçado ao Escutismo e á Vida.
Partiu com o dever cumprido, pois deixou um Mundo melhor do que aquele que encontrou. Habitualmente se diz que ao tornar um rapaz em bom cidadão a missão está realizada, o Chefe Elefante Branco, não transformou um rapaz, mas muitos.
Concertesa que no Acampamento Eterno, contempla os seus Escuteiros, com o seu sorriso e o brilho no olhar, cantarolando a Flor da Fragrância.
Para o Escutismo e para todos os que o rodeavam, uma perda irreparável.
Muito poderia escrever sobre experiencias vividas e sentimentos, mas as experiências são imensas e os sentimentos profundos e sinceros, algo que se sente e difícil de descrever.
Grande Chefe obrigado por tudo e voltaremos a reencontrarmo-nos nas próximas Vidas e estarás sempre presente no meu coração.
SEMPRE …ALERTA !!!!
Partiu como o desejava, fardado de Escuteiro e rodeado de escuteiros, viveu como sempre o desejou, abraçado ao Escutismo e á Vida.
Partiu com o dever cumprido, pois deixou um Mundo melhor do que aquele que encontrou. Habitualmente se diz que ao tornar um rapaz em bom cidadão a missão está realizada, o Chefe Elefante Branco, não transformou um rapaz, mas muitos.
Concertesa que no Acampamento Eterno, contempla os seus Escuteiros, com o seu sorriso e o brilho no olhar, cantarolando a Flor da Fragrância.
Para o Escutismo e para todos os que o rodeavam, uma perda irreparável.
Muito poderia escrever sobre experiencias vividas e sentimentos, mas as experiências são imensas e os sentimentos profundos e sinceros, algo que se sente e difícil de descrever.
Grande Chefe obrigado por tudo e voltaremos a reencontrarmo-nos nas próximas Vidas e estarás sempre presente no meu coração.
SEMPRE …ALERTA !!!!
AAAAAAAAAUUUUUUUUUUUU
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