Memórias de um Lobo Solitário
Mais uma vez o meu amigo Socas, foi o protagonista de mais um episódio irrisório, digno só do meu amigo.
A convite de Chávez, decidiu visitar a Venezuela e levar atrás de si, a comitiva habitual, feita lapa.
Para o efeito, fretaram um aviãozinho. Pelos vistos e segundo algumas testemunhas, a viagem transoceânica, foi lenta e demorada, o que originou muita agonia e alvoroço entre os viajantes. Foi então, que o meu amigo, para combater o stress da viagem, resolveu puxar de um cigarrito Malboro Light, como é evidente os demais fumadores, rapidamente o imitaram e apressaram-se a puxar de um cigarrito.
Claro que este gesto, só entendido por quem é fumador habitual, mas o cerne da situação, é o local onde foi fumado o cigarrito.
Segundo a Lei 37/ 2007, no nº2 do Artigo 4º, “proíbe fumar nos veículos afectos aos transportes públicos e nos transportes (incluídos os aéreos) turísticos e de aluguer”. No entanto o Artigo 5º, nº 9 fixa as excepções: “zonas ao ar livre dos transportes marítimos e fluviais”. Unicamente e apenas estas excepções.
Como o Sr, Primeiro-Ministro, foi numa aeronave alugada e não de barco, infringiu a Lei 37/ 2007, sendo punido com uma coima de 50 Euros a 750 Euros, pelo menos deveria ser… o mais caricato é que a lei em vigor, foi aprovada pelo nosso querido Chefe de Estado.
Após este episódio e dado que não se falava de mais nada a não ser do fuminho do meu amigo e respectiva comitiva, em Portugal, alguém teria que vir justificar e desculpar tal acto. Apressadamente, se reuniram os homens do Gabinete para decidir a desculpar a dar e quem daria a cara em conferência de imprensa, a solução foi consensual: seria mesmo uma DESCULPA e seria o BOSS a falar.
E assim sucedeu, o BOSS surge passadas 24 horas, apesar do fuso horário entre Caracas e Lisboa não ser assim tanto, com um sorriso fingido falou á imprensa, ansiosa por saber os motivos de tanta fumarada na aeronave.
O nosso querido e estimado Primeiro-Ministro, desculpou-se aos portugueses declarando que :
“ Estava convencido que não estava a violar nenhuma Lei, porque assim sempre aconteceu em viagens anteriores”, “ Não pode acontecer. Não vai voltar acontecer. Não devia ter acontecido. Foi o meu Governo que fez essa Lei, tenho responsabilidade pessoal e obrigação de dar o exemplo” .
Analisando as palavras do Boss, depreendo que não violou a lei com intenção mas por desconhecimento da mesma, mas o Sr. Primeiro-Ministro deveria saber que “ a ignorância ou a má interpretação da lei não justifica a falta do seu cumprimento, nem isenta as pessoas das sanções nela estabelecidas”, segundo o Artigo 8º, do Código Civil. Depois se a Lei foi aprovada no seu Governo, o Sr. Primeiro-Ministro, teve obrigatoriamente de assinar o Diploma, por isso aconselho o meu amigo a ler tudo muito bem, antes de assinar seja que documento for. Quanto à obrigação de dar o exemplo…a sua imagem de desportista exemplar ficou manchada.
As declarações imorais não ficavam por aqui, continuou declarando:
“ Pelo sucedido peço desculpas aos portugueses. Decidi por isso, deixar de fumar.”
Se já estava estupefacto, mais ainda fiquei, pede desculpas e para se redimir anuncia publicamente que vai largar o vicio. No que diz respeito às desculpas, já as devia ter pedido há mais tempo, não por fumar, mas pelo estado da Nação.
Este episódio foi mais um, entre muitos protagonizado pelo Sr. Sócrates, que me leva a concluir que a Lei é para o Povo e só o Povo é que a tem que cumprir. Com tudo isto os objectivos da visita diplomática, foi abafada com tal incidente.
Agora passo os dias a olhar para o céu a ver se vejo um avião a largar fumo.
AAAAAAUUUUUU
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