quinta-feira, janeiro 25, 2007

"A história me absolverá."

Memórias de um Lobo Solitario

Olá meus amigos:
Hoje vou vos falar de um dos últimos dinossauros, ainda existentes, no panorama político mundial.
Como tudo na vida, tudo tem um Principio e um Fim e creio que este dinossauro esta na sua recta final.

Falo-vos de Fidel Alejandro Castro Ruz, nascido a 13 de Agosto de 1926.
Á frente dos destinos de Cuba, como Chefe do Governo, desde 1959 e a partir de 1976, como Chefe de Estado.

Figura polémica e controversa, tanto admirado como contestado, continua a dividir opiniões. Para os seus defensores continua a ser o Herói da revolução social, representando a repartição das riquezas do País, devido à sua politica socialista. Por outro lado para os seus opositores, sejam eles internos ou internacionais, Fidel é líder de um regime ditatorial, fundamentada numa politica de um único partido.

Após a Revolução Cubana (1958-1959), que derrubou o governo pró-americano do general Fulgêncio Batista, Fidel Castro aproxima-se da União Soviética. Facto este que originou que os “abutres americanos”, vissem a ilha como uma ameça, originando um bloqueio econónico, que se iniciou em 1960.

Nos primeiros anos, depois da revolução, Fidel implantou um sistema socialista na ilha, acabando com a desigualdade social entre os cidadãos cubanos. Implantou uma economia planificada,que contou com o apoio soviético durante a Guerra Fria, desenvolvendo uma diversificação da agricultura, nacionalização das empresas estrangeiras, campanha de alfabetização (pioneira no Mundo), nacionalização e gratuitidade do ensino a todos os níveis e eliminação da saude publica privada, entre muitas outras.
Com a queda do muro de Berlim e o fim dos regimes socialistas na Europa Oriental, Cuba começou a passar dificuldades sem os investimentos soviéticos. Actualmente, embora possua bons sistemas educacional e de saúde, os cubanos sofrem com as dificuldades financeiras.

Apesar do bloqueio, imposto pelos americanos, Castro continuou ao leme do seus país, com mao de ferro e redea curta, resistindo ás conspirações dos “homens de negro”, do Tio Sam, que desde já se saliente que são meninos peritos na matéria, apesar de muitas vezes mais parecerem um gato escondido com o rabo de fora.
Por vezes penso, para quem foi mais doloroso o bloqueio. Se para Fidel que sempre se manteve firme ou para os americanos, que viam os seus presidentes a chegar e a partir da Casa Branca, aplicando a velha máxima de “longa vida aos nossos inimigos, para nos verem triunfar ao longo da vida”.
Por muito que custe aos americanos, a batalha travada com Fidel, foi um fracasso, uma entre muitas com muitos outros.
O Pequeno fez frente ao Gigante, tal como David enfrentou e derrubou Golias.

Agora Fidel Castro, está nas “mãos” de uma entidade superior e não humana. Esta batalha travada, creio que tem fim anunciado e um desfecho prevesivel. E, Castro tem consciência dessa realidade, tendo colocado nas mãos de seu irmão, Raul, o comando de Cuba.

Apesar de não possuir o mesmo prestigio de Fidel, Raul Castro, tem um pleno conhecimento da realidade cubana, tanto nacional como internacional. Não nos esquecendo, que este também foi um combatente fiel, ao lado de Fidel e Che Guevara, em Sierra Nevada.
Fidel, tem em seu irmão, um homem de confiança e capaz, para refrear os animos e impulsos de alguém mais ousado ou ambicioso.

Nesta ultima fase da sua vida, Fidel merece descanso e respeito, tanto por parte dos facões americanos como do resto do Mundo.

Parafraseando Fidel “ A história me absolverá.".

MAS QUE SERÁ DE CUBA SEM FIDEL??

A questão não é do ponto de vista, do seu sucessor.
A questão, tem que ser feita do ponto de vista social e económico.
A morte de Fidel Castro pode representar uma ameaça a soberania nacional cubana, uma abertura que proporcione uma melhoria de vida da população ou mesmo a destruição das conquistas sociais feitas ao longo de décadas.
Considero bloqueio norte-americano a Cuba imoral e além disso alguns observadores internacionais consideram-no totalmente irregular do ponto de vista do direito internacional
O sr. Bush, irá incluir Cuba dentro do “saco”, juntando-se esta ao Iraque, Irão, como mais um país terrorista?? Será que invadirá, Cuba alegando….que Bin Laden está de ferias nas praias da ilha??


Não sei se o problema será Cuba sem Fidel Castro ou o Mundo com a tirania americana.

AAAAAAUUUUUUU
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segunda-feira, janeiro 01, 2007

De Carrasco a Martir

Olá meus amigos:

Como é do vosso conhecimento no passado dia 30, o presidente iraquiano Saddam Hussein Ab d’al-Majid ak-Tikrit, (em árabe صدام حسين ) foi executado por enforcamento em Bagdad.

Para alguns uma perda irreparável…para outros um “suspiro de alivio”…, principalmente para o Sr. Bush, pois umas das suas dores de cabeça, já ficou “sem fôlego”.

Não pretendo defender “gregos” nem “troianos”, mas o que me causa indignação é a forma como tudo se desenrola e os seus contornos, estando os demais governantes e organizações sejam elas governamentais ou não, na plateia, impávidos e serenos.

Saddam, foi sujeito a um Julgamento, com um final já previsível e da qual até o mais distraído sabia a sentença.
Foi um cenário teatral, muito bem encenado, com a colaboração do Sr. Bush, que teve a seu cargo os efeitos especiais, numa autêntica paródia.


Não creio, que o líder iraquiano, tenha tido um julgamento justo, digno e isento, como se deseja em qualquer tribunal, neste caso não considero que a justiça tivesse de olhos vendados e com os pratos da balança equilibrados.

O julgamento decorreu em Bagdad, situada num país que se encontra mergulhado num conflito internacional e numa disputa cultural interna, além disso Saddam foi governante do Iraque e julgado no seu próprio país, sendo também ai executado, não me parece que tenha havido tranquilidade para um julgamento, da qual estavam em cima da mesa, factores que alteraram o panorama internacional.

Alem disso, ao longo da História existiram e continuam a existir muitos “Saddam’s”, temos muito recentemente dois estadista, também eles ditadores e “carniceiros” que não foram julgados no seu próprio país e muito menos condenados à morte, como é o caso do líder sérvio e de Pinochet.

Mas o caso de Saddam é muito diferente dos demais….Saddam é muçulmano e pertence ao mundo Árabe.

Mas o que me deixa mais indignado, são as imagens da execução do líder Iraquiano, que percorreram Mundo.

Não me pareceu haver o mínimo de dignidade no momento da execução, por parte dos seus carrascos, sendo humilhado até à hora da morte. Apesar de tudo aquilo que foi como dirigente de um País, como sere humano, merecia mais respeito.

A televisão estatal iraquiana levou ao ar imagens de Saddam Hussein, aparentando estar calmo, conversando com o carrasco que ajeitava a corda em volta de seu pescoço e o encaminhava para o cadafalso.
Saddam recusou-se a usar o capuz preto na hora da execução, tendo preferido ser enforcado com o rosto à mostra. Segundo o conselheiro da Segurança Nacional do Iraque, Mouwafak al-Rubai, durante a execução estiveram presentes, um juiz do Tribunal de Apelação iraquiano, um representante da Promotoria, outro do Governo e "um grupo de testemunhas”.

Além disso, a data da execução, foi maquinalmente bem agendada, pois do dia 30 de Dezembro ao dia 01 de Janeiro, comemoram-se 3 dias do feriado Eid al Adha, com a peregrinação a Meca, encontrando-se grande parte da comunidade Muçulmana, naquele local. Evitando assim, grandes manifestações, nos dias próximos.

Mas se recuarmos no Tempo… Saddam nem sempre foi ditador, para os Americanos e seus comparsas.

Em 22 de Setembro de 1980 o Iraque e Irão iniciaram a guerra aberta. O pretexto para as hostilidades foi a disputa territorial. Saddam foi no entanto apoiado pelos Estados Unidos, pela União Soviética e por vários países árabes, todos eles desejosos de impedir a expansão de uma possível revolução moldada no Irão.
Saddam conduziu a Guerra contra o Irão entre 1980 e 1988.
Contou com o apoio dos Estados Unidos, então governado por Ronald Reagan, que esperava a derrocada dos xiitas iranianos e de seu líder espiritual, o Aiatolá Khomeini.
Recebeu também o apoio do Kuwait, da Arábia Saudita e outras nações árabes, muitas delas igualmente preocupadas com a ameaça de uma igual revolução islâmica como a do Irão em seus territórios.
No conflito, durante o qual Saddam aumentou a importação de armas do Ocidente, foram utilizados gases tóxicos na frente de batalha e estreitados os laços com os regimes árabes moderados. A guerra entre os dois países durou oito anos (o cessar-fogo foi assinado em 20 de Agosto de 1988) e nela morreram mais de um milhão de pessoas. Não houve vencedor declarado, e a guerra levou o país a sérias dificuldades económicas.

Pois…a culpa nunca morre solteira e neste caso não morre, ora vejamos:

Durante o julgamento Saddam, foi considerado culpado de genocídio cometido em 1982, acusado de ter ordenado a execução de 148 iraquianos xiitas em Dujail.
Neste período, em 1982, o Iraque encontrava-se em conflito armado com o Irão.
O Iraque, neste período era apoiado, com material bélico por parte do Ocidente, em especial pelos meninos do Tio Sam, que a troca de armas, foram enchendo os seus barris de petróleo.

Por isso, o líder Iraquiano, não deveria ter estado sozinho no banco dos réus.
Se Saddam foi carrasco, o Governo Americano, à sua maneira também o é, de uma forma mais subtil e macabra, pois não nos podemos esquecer de Guantanamo.

Já agora, porque não julgar o Sr. Bush, em território Cubano e singir-se às Leis cubanas, pelo que pratica em Guantanamo??? Mas se assim fosse concerteza que o Sr. Bush, pedia extradição para Portugal...para ser julgado pela nossa Justiça, pois sabia que tão cedo não sabia a sentença e quem sabe ate escolhia o colectivo de juizes, que julgou o caso de Entre-os-Rios, ou o caso do Apito Dourado...

Mas se voltarmos a recuar aos anos 70, a economia do Iraque crescia a um ritmo forte e Saddam destacou-se por investir pesado em saúde e em educação. Frustrado com o progresso lento do programa de alfabetização, o então vice-presidente criou uma data no calendário nacional para incentivar as matrículas de crianças nas escolas, o Dia do Conhecimento. O número de matrículas acabou batendo recorde, e Saddam recebeu um prémio da Unesco em 1977.

Meus já que recuamos no Tempo, olhemos agora para o Futuro…que repercussões, iremos ter com a morte de Saddam?

Com esta execução, não terá o Sr. Bush, tornado o ex-lider iraquiano no Mártir dos mártires?
E se assim for, não será assim mais prejudicial ao mundo ocidental, que um Saddam vivo e de boa saúde?

Não terá a execução, feito algo que muitos líderes árabes não o conseguiram, que foi uma união do mundo muçulmano?
Se assim for acrescentemos a essa numerosa população, um apoio diplomático e material, dos dirigentes chineses…

Agora…só nos resta aguardar, pelos próximos capítulos.

AAAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUU
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