segunda-feira, janeiro 01, 2007

De Carrasco a Martir

Olá meus amigos:

Como é do vosso conhecimento no passado dia 30, o presidente iraquiano Saddam Hussein Ab d’al-Majid ak-Tikrit, (em árabe صدام حسين ) foi executado por enforcamento em Bagdad.

Para alguns uma perda irreparável…para outros um “suspiro de alivio”…, principalmente para o Sr. Bush, pois umas das suas dores de cabeça, já ficou “sem fôlego”.

Não pretendo defender “gregos” nem “troianos”, mas o que me causa indignação é a forma como tudo se desenrola e os seus contornos, estando os demais governantes e organizações sejam elas governamentais ou não, na plateia, impávidos e serenos.

Saddam, foi sujeito a um Julgamento, com um final já previsível e da qual até o mais distraído sabia a sentença.
Foi um cenário teatral, muito bem encenado, com a colaboração do Sr. Bush, que teve a seu cargo os efeitos especiais, numa autêntica paródia.


Não creio, que o líder iraquiano, tenha tido um julgamento justo, digno e isento, como se deseja em qualquer tribunal, neste caso não considero que a justiça tivesse de olhos vendados e com os pratos da balança equilibrados.

O julgamento decorreu em Bagdad, situada num país que se encontra mergulhado num conflito internacional e numa disputa cultural interna, além disso Saddam foi governante do Iraque e julgado no seu próprio país, sendo também ai executado, não me parece que tenha havido tranquilidade para um julgamento, da qual estavam em cima da mesa, factores que alteraram o panorama internacional.

Alem disso, ao longo da História existiram e continuam a existir muitos “Saddam’s”, temos muito recentemente dois estadista, também eles ditadores e “carniceiros” que não foram julgados no seu próprio país e muito menos condenados à morte, como é o caso do líder sérvio e de Pinochet.

Mas o caso de Saddam é muito diferente dos demais….Saddam é muçulmano e pertence ao mundo Árabe.

Mas o que me deixa mais indignado, são as imagens da execução do líder Iraquiano, que percorreram Mundo.

Não me pareceu haver o mínimo de dignidade no momento da execução, por parte dos seus carrascos, sendo humilhado até à hora da morte. Apesar de tudo aquilo que foi como dirigente de um País, como sere humano, merecia mais respeito.

A televisão estatal iraquiana levou ao ar imagens de Saddam Hussein, aparentando estar calmo, conversando com o carrasco que ajeitava a corda em volta de seu pescoço e o encaminhava para o cadafalso.
Saddam recusou-se a usar o capuz preto na hora da execução, tendo preferido ser enforcado com o rosto à mostra. Segundo o conselheiro da Segurança Nacional do Iraque, Mouwafak al-Rubai, durante a execução estiveram presentes, um juiz do Tribunal de Apelação iraquiano, um representante da Promotoria, outro do Governo e "um grupo de testemunhas”.

Além disso, a data da execução, foi maquinalmente bem agendada, pois do dia 30 de Dezembro ao dia 01 de Janeiro, comemoram-se 3 dias do feriado Eid al Adha, com a peregrinação a Meca, encontrando-se grande parte da comunidade Muçulmana, naquele local. Evitando assim, grandes manifestações, nos dias próximos.

Mas se recuarmos no Tempo… Saddam nem sempre foi ditador, para os Americanos e seus comparsas.

Em 22 de Setembro de 1980 o Iraque e Irão iniciaram a guerra aberta. O pretexto para as hostilidades foi a disputa territorial. Saddam foi no entanto apoiado pelos Estados Unidos, pela União Soviética e por vários países árabes, todos eles desejosos de impedir a expansão de uma possível revolução moldada no Irão.
Saddam conduziu a Guerra contra o Irão entre 1980 e 1988.
Contou com o apoio dos Estados Unidos, então governado por Ronald Reagan, que esperava a derrocada dos xiitas iranianos e de seu líder espiritual, o Aiatolá Khomeini.
Recebeu também o apoio do Kuwait, da Arábia Saudita e outras nações árabes, muitas delas igualmente preocupadas com a ameaça de uma igual revolução islâmica como a do Irão em seus territórios.
No conflito, durante o qual Saddam aumentou a importação de armas do Ocidente, foram utilizados gases tóxicos na frente de batalha e estreitados os laços com os regimes árabes moderados. A guerra entre os dois países durou oito anos (o cessar-fogo foi assinado em 20 de Agosto de 1988) e nela morreram mais de um milhão de pessoas. Não houve vencedor declarado, e a guerra levou o país a sérias dificuldades económicas.

Pois…a culpa nunca morre solteira e neste caso não morre, ora vejamos:

Durante o julgamento Saddam, foi considerado culpado de genocídio cometido em 1982, acusado de ter ordenado a execução de 148 iraquianos xiitas em Dujail.
Neste período, em 1982, o Iraque encontrava-se em conflito armado com o Irão.
O Iraque, neste período era apoiado, com material bélico por parte do Ocidente, em especial pelos meninos do Tio Sam, que a troca de armas, foram enchendo os seus barris de petróleo.

Por isso, o líder Iraquiano, não deveria ter estado sozinho no banco dos réus.
Se Saddam foi carrasco, o Governo Americano, à sua maneira também o é, de uma forma mais subtil e macabra, pois não nos podemos esquecer de Guantanamo.

Já agora, porque não julgar o Sr. Bush, em território Cubano e singir-se às Leis cubanas, pelo que pratica em Guantanamo??? Mas se assim fosse concerteza que o Sr. Bush, pedia extradição para Portugal...para ser julgado pela nossa Justiça, pois sabia que tão cedo não sabia a sentença e quem sabe ate escolhia o colectivo de juizes, que julgou o caso de Entre-os-Rios, ou o caso do Apito Dourado...

Mas se voltarmos a recuar aos anos 70, a economia do Iraque crescia a um ritmo forte e Saddam destacou-se por investir pesado em saúde e em educação. Frustrado com o progresso lento do programa de alfabetização, o então vice-presidente criou uma data no calendário nacional para incentivar as matrículas de crianças nas escolas, o Dia do Conhecimento. O número de matrículas acabou batendo recorde, e Saddam recebeu um prémio da Unesco em 1977.

Meus já que recuamos no Tempo, olhemos agora para o Futuro…que repercussões, iremos ter com a morte de Saddam?

Com esta execução, não terá o Sr. Bush, tornado o ex-lider iraquiano no Mártir dos mártires?
E se assim for, não será assim mais prejudicial ao mundo ocidental, que um Saddam vivo e de boa saúde?

Não terá a execução, feito algo que muitos líderes árabes não o conseguiram, que foi uma união do mundo muçulmano?
Se assim for acrescentemos a essa numerosa população, um apoio diplomático e material, dos dirigentes chineses…

Agora…só nos resta aguardar, pelos próximos capítulos.

AAAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUU
AAAAAAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUU

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Está um comentário excepcional Pereira. Deveria inclusivé ser enviado para alguns jornais diários, por exemplo o de distribuição gratuita "Destack", que dispõe de espaço próprio para estes Blogs, pois a descrição é rica em eventos e acontecimentos, que são desconhecidos da grande maioria dos Portugueses.
Abraço. Monteiro

3 de janeiro de 2007 às 08:38  

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