sexta-feira, setembro 22, 2006

Não me lembro...


Não me lembro do teu nome…

Não me lembro se esqueci nas voltas da memória
ou se nunca mo disseste.

Não me lembro do perímetro da tua história
ou das cenas que fizeste.

Não me lembro dos traços do teu semblante
nem dos odores narcóticos de amante,
com que, nua, levaste a tua por diante.

Não me lembro do choro ostensivo do jacaré,
que dormiu, nesse corpo de mulher, a meu pé
e maquinou frias ilusões em marcha á ré.

Não me lembro de despegar das paredes imundas
os ecos das juras solenes e profundas
que ousaste glossar em juras profundas.

Não me lembro de tactear os teus seios,
nem da saliva nos beijos de permeio,
nem da volúpia de sangue no sexo molhado,
nem dos suores ardentes do coito arrebatado.

Não me lembro de me lembrar de ti.
Não me lembro do que esqueci.
Não me lembro de me lembrar de ti.
Não me lembro do que não vivi.

Foste tatuagem, carimbo e sinal.
Foste roupagem de um limbo irreal.
Já não sei o que és e foste, afinal,
se és um desejo, um sonho ou um mal.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
Ao princípio não te vi: não soube
que ías comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.

(...)


Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.

(...)


J.DEERE

(26/09/2006)

26 de setembro de 2006 às 15:53  

Enviar um comentário

<< Home