segunda-feira, julho 15, 2013

NOITES DESERTAS

NOITES DESERTAS

Este grito solitário e misterioso do lobo mais parece
Um lamento... um choro... uma prece...
Nele, sinto a dor de uma saudade igual à minha.

...
O medo da travessia das noites desertas,
Escuras,
Vazias,
Onde dispersas
Habitam as palavras de cinza e oiro em que me enleio
P'ra tecer os mais doridos versos
Que em mim deambulam...vagueiam
.
Eu, que meus olhos te dei p'ra tomares conta,
Agora, não os tenho.
As palavras, essas não as vejo.

  Sou agora mais pobre do que já era...
Ingloriamente,
Vou assim passando as noites
Impiedosamente vagarosas,
Tristes,
Silenciosas,
Sem nenhum fulgor,
Na janela do meu quarto,
Contemplando o nada
À espera do grito solitário e misterioso do lobo

  Que, na sua tanta tristeza
E talvez numa saudade igual à minha,
A esta hora
Mas vai mandando p'las asas do vento,
Uma a uma,
Enquanto chora


Margarida Sorribas
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