sexta-feira, julho 02, 2010

1º Encontro PA no Norte de Portugal

Memórias de um Lobo Solitário

DATA: 26JUN10
HORA: 09H00

LOCAL: Estação de Radar nº. 2, da Força Aérea Portuguesa – Paços de Ferreira – NORTE de Portugal
MATERIAL: Boa disposição, fome de conversa e fraternidade e a boina azul.

MISSÃO: Infiltração subversiva ao local, com confraternização, resgatando-se camaradagens antigas e criando novas.

OBJECTIVO: Fortalecer amizades antigas, mas nunca esquecidas, provando que a amizade não morre com o tempo.

A organização de toda a missão esteve a cargo dos camaradas Vítor Carneiro; Monteiro; Fonseca e Coelho. Com este líderes de Equipa, a missão de alto risco tinha tudo para se concretizar com todo o sucesso.

Como um bom militar, respondi ao toque de chamada e rumei devotamente ao local de reunião, com a minha querida boina azul na cabeça e a amizade no coração.

A reunião de todos os elementos decorreu no Quartel da Esquadra de Detecção, Controle e Intercepção nº. 12 (EDCI nº. 12), localizado em Paços de Ferreira, actualmente desactivado e entregue á Câmara Municipal.


Ai se fez as confirmações de presença e as respectivas inscrições, recebendo em troca o cartão de acesso.

E assim ao longo da manhã, foi chegando a rapaziada. Os que chegavam faziam a inscrição olhando para todo o lado a ver se reencontravam algum camarada conhecido, por seu lado os presentes estavam atentos a sua chegada.

Logo se foram formando pequenos grupos, pondo a conversa em dia e recordando velhos tempos em que ao serviço da FAP, envergávamos orgulhosamente a boina azul.

Percorri saudosamente toda a ex-Unidade e foi com pesar que constatei que, apesar de ter sido entregue à responsabilidade da Autarquia, se encontrava num lastimoso estado de abandono, ficando a nostalgia dos tempos em que esta se encontrava cuidada e aprimorada.


No fim da manhã, rumamos ao Monte Pilar onde se localiza a Estação de Radar nº. 2, local este onde se iria realizar o Convívio e o respectivo almoço.

Antes do almoço, na pequena capela do Monte Pilar, prestou-se a sentida homenagem aos PA’s que já voaram mais alto, depositando ai uma coroa de flores.



Ao entrar na Unidade, de imediato foi constatado o grande contraste, entre esta e a unidade anterior, actualmente desactivada. A Força Aérea como é seu apanágio zela sobriamente com gosto e dedicação as suas instalações.

Ao ser dada ordem de ataque à mesa do almoço, todos avançaram temerários sobre o alvo, com a força que caracteriza todos os PA’s, porque se um PA não teme a morte nem a guerra, muito menos se acanhava perante uma recheada mesa de almoço.


É evidente que após os sucessivos ataques de tão corajosos PA’s, o alvo rapidamente ficou desmembrado não oferecendo resistência, aliás o único que ofereceu mais resistência foi o “jovem” que se encontrava a distribuir o vinho ao copo recusando-se a ceder a garrafa. Mas como a união faz a força, também este caiu por terra.

Reinando sempre a boa disposição, se foi recuando no tempo e relembrando histórias passadas, mas frescas na memória, que apenas foram interrompidas com a ordem de formar.

Uns gritavam para formar a três outros a quatro, uns “fecha ai a formatura” outros “falta aqui um!!!”, mas como quem sabe nunca esquece, rapidamente se formou e se alinhou.
E como qualquer formatura que se preze, as flexões são da praxe, também esta as teve.



Com estas flexões e após verificar a prontidão, a agilidade com que foram feitas que me levou a conclui que o PA é como o vinho do Porto, quanto mais velho melhor !!!

Se há formatura, se há flexões…o que falta???



O MARCHAR, orgulhoso e cadenciado, que tanto caracteriza o PA, sempre ao ritmo do seu hino de guerra.

Após algumas voltas á parada, a formatura foi apresentada ao Major Freira, que apesar de não se encontrar na sua melhor forma, nos brindou com a sua presença demonstrando a verdadeira garra de um PA.

Ao longo do dia, tentei captar todos os momentos, agarrar com a lente da câmara os sentimentos e o espírito de camaradagem vividos, mas houve um Camarada que durante o almoço me confidenciou o seguinte: “quando morrer vou reencarnar num PA e hei-de ser ainda ser um militar muito melhor do que fui” estas palavras demonstram bem o orgulho em ser PA.

Como o relógio não pára o tempo foi passando e o dia estava a chegar ao fim. Já tínhamos bebido, comido e falado de tudo e mais alguma coisa, mas o melhor ainda estava para vir, não menosprezando tudo que já tinha acontecido.

Do lado de fora da vedação da Unidade, encontrava-se um Homem que com os olhos a brilhar contemplava as muitas boinas azuis, com um misto de curiosidade e saudade. Saciada a sua curiosidade foi convidado á força a entrar, porque este Homem que em 1964 cumpriu serviço militar na Força Aérea, como boina azul e de NIP 020…. alegava que militares do seu tempo já eram poucos e ali não se encontrava nenhum.

Feita a chamada aos 020’s rapidamente três responderam à chamada e para espanto dos presentes todos eles se conheciam. Foi bonito ver um reencontro de 44 anos, em que as emoções falaram mais alto, os quatro 020’s riam e choravam, abraçavam-se, queriam ser fotografados para que o momento ficasse registado, eu creio que nem eles sabiam o que fazer ou dizer.

Isto é algo que se sente, um momento único de emoções para quem a vive e bonito de contemplar para quem observa, não deixando ninguém emocionalmente indiferente.

Mas palavras para quê se as imagens falam por si.

























































Foi então que dei comigo a vaguear em pensamento e a pensar nos meus irmãos de curso e não desconsiderando nenhum, lembrei-me que também eu poderia ter abraçado o meu irmão RATO ao fim de 20 anos, que não pode estar presente por questões pessoais de última hora.

Mas a Vida tem-me ensinado que não devemos adiar reencontros, pois esta Vida é curta demais e como tal prometi a mim mesmo visitar o meu irmão o mais breve possível.
Honoramus Principia

AAAAAAAAAUUUUUUUUUUU
AAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUUUU

 
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1 Comments:

Anonymous Carlos Rato said...

ò Meu Grande Amigo Pereira. As minhas desculpas por só hoje colocar este comentário, mas isto, quando chega ao Fim de semana,deixo de dar Ordens em Casa. A "Pequenada" e a "companheira" da Vida é que mandam.
Vi logo na sexta feira o Post, e claro está, tive que controlar as emoções (não muito). As "malvadas" lágrimas tiveram que aparecer, pela Amizade, a distância, as SAUDADES da NOSSA BA3 e Todos os moemntos lá PAssados.

OBRIGADO pela RECORDAÇÂO!!

Um Forte Abraço ao Amigo FOLGOA (BEM MAIS "FISICO" eheeh).

Um Forte Abraço Amigo !

Carlos Rato

5 de julho de 2010 às 10:59  

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