Os jovens de Ontem

Memórias de um Lobo Solitário

Diz uma poesia:

O velho é sempre esquecido,

Esquecido toda hora,

Facilmente o mundo esquece

Sua vida, sua história

Esquece os anos de luta,

A quantos pode ajudar,

Esquece o lar que formou

E a quantos pode amar.

A partir de seus setenta,

Mais difícil fica a vida,

Se não conta com a ajuda...

Se aproxima a despedida!

Há velhos afortunados,

Tratados com muito amor,

A maioria, porém,

Vive só, com sua dor.

Quando adoece, o velho,

E seu estado se deplora,

Muita gente diz assim:

Será que não está na hora?

Se depois falece o velho,

E por saudade alguém chora,

Muitos dizem, secamente:

Viveu muito... foi na hora!

Ampare o velho, meu jovem,

Estime-o de coração,

Dê-lhe paz e segurança,

Algo mais, a sua mão.

Aproveite a experiência

Do homem que envelheceu,

Procure ouvir-lhe os conselhos,

Ele é sempre amigo seu.

Ouça a voz da experiência

Meu jovem, seja seu fã,

É conselho de amigo...

Ele é você, amanhã!

"O Idoso"de Claudiomiro Seviero

Nos dias de hoje, é que pena que exista uma cultura tão errada perante à natureza do ser humano em essência e espírito, onde se despreza a convivência do idoso. Idoso este que ainda tem muito que ensinar e produzir.

Renegado a asilos e ao relento, deambulam pelas cidades e campos à procura de companhia, como faminto à procura de pão. Se assim não for, afogam-se em hospitais por anos a fio, abandonados pela família, à mercê da sua sorte.
A sociedade de hoje reprime os mais velhos como matilhas de animais errantes, que sacrificam os velhos em nome da existência da espécie

É evidente que ainda há lugares que acolhem e cuidam desses homens e mulheres, todavia não é a regra, esforçando-se para dar conforto e dignidade, aos idosos.
Meus amigos, esquecemos depressa que aquelas mãos, hoje enrugadas, outrora nos embalaram, aquele rosto cansado, outrora foi incansável para as traquinices de meninos.

Somos filhos de Deus, humanos racionais e possuídos de alma, sentimentos. Sabemos, temos consciência que um dia eles foram jovens como nós, e graças a eles existimos hoje.. um dia seremos tais quais como eles, idosos, fracos, doentes, e o que nos espera, será que as pessoas não imaginam o que pode nos acontecer ? Colheremos o que plantamos hoje. Mudemos nossos pensamentos, nossas acções, façamos um mundo melhor para nossos filhos.
Hoje em dia, temos tendência para egocentrismo, esquecemos que a impaciência de hoje, poderá ser a impaciência dos nosso filhos, amanha, para connosco.

Valorizamos uma criança é cheia de energia e vitalidade, todavia ignorante de experiência do mundo e da vida. O idoso que possui pouca energia e saúde, possui em contrapartida um mundo de ensinamentos úteis e experiências a passar, transmitir aos mais jovens, que muitas vezes são desperdiçados. Há que mudar este pensamento…valorizar os mais velhos, proporcionar-lhes um fim de etapa, sereno, equilibrado por tudo aquilo que fizeram e proporcionaram. E perder a ideia, de que o que é velho, não presta e não tem utilidade.

Os adultos que estão na meia-idade e comandam o mundo é que devem mudar este cenário, agindo na consciencialização, educando as novas gerações, recolhendo e registrando tudo o que puderem aprender dos mais experientes, dando a eles um final de vida digno.
Aos nossos Governantes, que passam a vida a dormir no Parlamento e a enganar o Povo, trabalho este muito duro, reformam-se “novinhos” e com boas maquias, esquecem-se porém que muitos idosos, deram no duro toda a vida, para proporcionar à família, uma vida equilibrada e honesta, agora continuam a contar os tostões, para poderem pagar a luz e comprar os medicamentos, recebem míseras reformas.

Por sua vez, o “ressacado”, agremiação considerada doentinha da nossa sociedade, adquire seringas de borla, à custa de todos nós, enquanto o velhinho, que sofre de asma crónica, tem que comprar a “bomba da asma”, por 3 Euros, quando trabalhou uma vida.

Enfim amigos…pior que os nossos governantes e suas medidas, somos todos NÓS, que nos calamos e compactuamos com tudo isto, devem ser os mais novos a fazer “barulho”, porque os idosos estão cansados demais e amanha os idosos somos nós.

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