No escuro da noite

Memórias de um Lobo Solitário

Olá meus amigos:

Era uma vez...sim era uma vez, pois a tradição já não é o que era, mas eu continuo a preferir contar histórias a começar por ERA UMA VEZ...

Era uma vez, uma menina pequenina, pequenina em tamanho e idade mas grande em espírito, pensamento e temperamento.

A petiza vivia feliz, sempre alegre, com um sorriso no rosto, era a alegria da casa.

Possuidora de uma grande energia quer na escola, quer em casa a miúda não parava quieta...

Certa noite, já a miúda na sua camita, volta e mais volta, não conseguia dormir.

- Pai..Pai... – chama a pequena.

O pai já deitado, levanta-se e dirige-se ao quarto da miúda.

- Diz filhota, que se passa???

- Pai, não consigo dormir!

Pai e filha, mantinham uma relação de grande proximidade. A filha via seu pai, não só como pai mas como amigo, confidente e companheiro de brincadeira. Ambos mantinham uma relação de cumplicidade e entendimento harmonioso, como se ambos fossem uma só alma.

- Não consegues dormir, porquê??? – Pergunta o pai, sentando-se na beira da cama.

- Está tudo escuro, tenho medo e não tenho sono. Liga a televisão, para ver o Noddy.

- O Noddy a esta hora já esta a dormir, além disso amanha é dia de escola. – Replica o pai calmamente.

- Então conta-me duas histórias!

- Bem...hoje o pai não te vai contar uma história. – Diz o pai ao mesmo tempo que se deitava na cama da filha.

- Não pai??? Mas tu contas histórias tão bonitas. Conta pai !! – Suplica a miúda.

- Hoje, em vez de uma história, vamos fazer uma viagem.

- Uma viagem pai ?! Estás tolinho !? – Exclama surpreendida.

- Sim. Vamos visitar o País dos Sonhos. É um país, onde só vai quem se porta bem, onde não há inveja, nem guerra ...todos se dão bem uns com os outros.

- Ó pai...então é como o Céu?

O pai já habituado á grande perspicácia da filha, replicou:

- Não é bem como o Céu, filha...mas é lá perto. O País dos Sonhos, é um sítio onde os pequenos são grandes e os grandes têm que ser pequenos.

- Está bem, pai. E como vamos para lá? – Indagou a pequena.

- Vamos como queiras. Como queres ir??

- Sei lá!!

- Tu sabes. Pensa amor, podemos ir como tu quiseres. – Diz o pai, desafiando a curiosidade da pequena.

A miúda pensa e ...entusiasmadamente diz:

- Pai já sei!! Podemos ir a voar como as fadas boas, com asas e um vestido bonito??

- Sim, paixão, claro que podemos.

- Fecha os olhos, amor. – Disse o pai calmamente, enquanto sua mão abraçava a pequena mãozita da sua filha.

A confiança e sentimento de segurança, transmitida pelo seu pai era inabalável, por isso ela ia para qualquer lado. Além do mais o pai não lhe mentia, nem lhe fazia promessas às quais não podia cumprir.

E assim, a miúda fechou os olhos, com a mão agarradinha á do seu pai.

Passado uns instantes a miúda dormia profundamente, com um sorriso nos lábios.
Por sua vez, o pai levantou-se da cama, sem antes contemplar o seu pequeno anjo, que o enchia de orgulho e fazia-o sentir o Homem mais rico e feliz.

Antes de se ir deitar, o pai aconchegou-a, deu-lhe um beijo e colocou-lhe nos braços o coelho de peluche, que acompanhava, desde o primeiro dia.

De manhã por sua vez, o pai foi acordado com um beijo e um grande sorriso, por parte da sua princesa.

- Bom dia pai!!!

- Bom dia filhota. Dormiste bem? – Pergunta o pai.

- Maravilhosamente – Exclama radiante.

- Gostaste do passeio?

- Sim muito. Brinquei muito junto ao mar, com golfinhos e fadas. – Conta com entusiasmo.

- E tu pai?? –

- Eu...eu? Eu estava no cume de uma montanha sentado, já velhinho de barba e cabelo branco a ver-te brincar, na praia.

- Velhinho? Porquê? –

- Sabes amor, porque mesmo velhinho estarei sempre contigo, mesmo que não me vejas. E serás sempre o meu anjo pequenino. – Explica o pai, com paixão e ternura.

A miúda olhou para o pai, por uns instantes e abraçou-o com muita força e amor, ao mesmo tempo que dizia:

- És o melhor Pai do Mundo !!!


DEDICO ESTA HISTÓRIA ÁS MINHAS FILHOTAS

DIANA E BÁRBARA.

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