Recordar também é viver
Memórias de um Lobo Solitário
Olá meus amigos:
Uma vez mais vou aqui transcrever mais um episódio da vida do Wolf.
Muito recentemente, resolvi ir tomar café, a um local onde cresci e por conseguinte recuar uns bons 20 anos no tempo.
Apesar de toda a nostalgia e recordações do local, ao longo de uma fase boa da vida. Por breves instantes, revi na memória velhos e fiéis companheiros de “viagem”, brincadeiras e aventuras, desgostos e alegrias de amor, próprias da idade.
Mas nada acontece por acaso, assim creio eu, e ao ceder ao apelo para naquele local, parar e saborear um café, com um cheirinho a saudade, algo de inesperado aconteceu.
Aquando estacionava a minha moto, com muito cuidadinho e amor, estaciona mesmo ao meu lado, um vistoso e imponente Porche Boxter, não reparando quem se encontrava no seu interior.
Por coincidência, ao entrar no café, simultaneamente com o condutor do modesto veiculo, o capacete que eu levava na mão, bateu no seu braço.
Como manda as regras da boa educação, pedi desculpa e ao cruzarmos o olhar, ficamos fixamente olhar um para o outro. Aquele rosto gordo e pálido era-me familiar e de imediato, voltei a recuar ao tempo de infância e reconhecer a personagem que fez parte daquele capítulo, da minha vida.
Delicadamente, disse – Acho que o conheço.
Por sua vez, ao estilo que sempre o caracterizou cheio de etiquetas e boas maneiras, sem perder a postura, também disse: Sim...Pois tu moravas junto ao quiosque, o teu irmão é o ####.
Pois, ele do meu irmão, nunca mais se esqueceu, pois um celebre dia, eu fiz questão, que ele nunca mais se esquecesse, quem era o irmão do meu irmão e pelo vistos a terapia resultou, mas isso foram águas passadas e coisas de miudagem.
Eu observava-o, os calções haviam sido substituídos por uma calça de fato e o laço do colégio pela gravata, ganhando além da idade umas gorduras extra.
E lá fomos, um café solitário transformou-se num café a dois.
O meu amigo estava de bem com vida, aliás como sempre esteve. A ele, filho único, competia-lhe gerir o legado do pai, que havia sido passado a este, pelo seu avô.
Enquanto, lá em casa havia uma bicicleta para dois, ele tinha duas bicicletas só para ele; enquanto eu tinha um par de sapatilhas que tinham que durar o ano escolar todo e o Verão e umas galochas azuis com as solas amarelas, para a chuva...lembram-se desse modelo de galochas??? ... ele tinha umas boas botas de cabedal, bem duras e pesadas, diga-se de passagem.
Mas, não era por não ter, que me inibia de divertir, fazer amizades e ser feliz. Mas o meu amigo, por ter tudo aquilo que tinha, teve acesso mais rápido ao nosso grupo, principalmente porque ele tinha uma bola de couro, na época rara e inacessível, para a malta, pois jogávamos com uma bola de borracha, que saltava mais que uma bola saltitona.
Como é evidente, de imediato passou a ser titular com a entrada da equipa no campo...e após cinco minutos de jogo, passava a titular ao banco de suplentes.
Sendo um bom desportista, mesmo no banco, não deixava de torcer pela sua equipa, não parando de gritar:
- Quero jogar, a bola é minha !!!!!!!
Como os jogos eram emotivamente bem vividos, ninguém o ouvia. Só parávamos, quando ele, tipo arbitro parava o jogo, não para assinalar falta ou penalty, mas sim para recolher a bola e fugir com ela, para casa. No fundo, foram bons momentos da vida, em que se vivia despreocupadamente e inocentemente.
Regressando ao café, o meu amigo, falava da sua empresa, dos negócios, da situação económica e politica do país e como tal situação o afectava
Ele falava enquanto eu o escutava e observava. Discursava, friamente e distante, poucos ou nenhuns sentimentos haviam em suas palavras.
Quando terminou, perguntou:
- E tu????
Eu, enquanto calmamente, acendia um cigarro, respondi:
- Eu???...Eu, além de estar de bem com a Vida, fui abençoado por Deus !!!
Ao terminar, de imediato não pude deixar de observar a cara de espanto do meu interlocutor, e prossegui:
-Sim...tenho 3 filhos maravilhosos, que me abraçam e se sentam ao meu colo, quando chego a casa e aos quais, tento ensinar o valor da Vida e dos seus valores morais. Uma esposa que me ama e que me acompanha e apoia ao longo da vida. Por isso, considero-me uma pessoa afortunada e abastada em ...Amor.
Meus amigos.... a reacção dele, foi deitar os olhos ao chão, inventar um compromisso esquecido, cumprimentar e sair, sem antes dizer que pagava os cafés.
Mais uma vez na vida, aprendeu a lição.
Concerteza que não se vai esquecer deste reencontro e do café, da mesma forma que há 20 anos atrás, aprendeu a não se esquecer do irmão do meu irmão.
AAAAAAAAUUUUUUUUU
Uma vez mais vou aqui transcrever mais um episódio da vida do Wolf.
Muito recentemente, resolvi ir tomar café, a um local onde cresci e por conseguinte recuar uns bons 20 anos no tempo.
Apesar de toda a nostalgia e recordações do local, ao longo de uma fase boa da vida. Por breves instantes, revi na memória velhos e fiéis companheiros de “viagem”, brincadeiras e aventuras, desgostos e alegrias de amor, próprias da idade.
Mas nada acontece por acaso, assim creio eu, e ao ceder ao apelo para naquele local, parar e saborear um café, com um cheirinho a saudade, algo de inesperado aconteceu.
Aquando estacionava a minha moto, com muito cuidadinho e amor, estaciona mesmo ao meu lado, um vistoso e imponente Porche Boxter, não reparando quem se encontrava no seu interior.
Por coincidência, ao entrar no café, simultaneamente com o condutor do modesto veiculo, o capacete que eu levava na mão, bateu no seu braço.
Como manda as regras da boa educação, pedi desculpa e ao cruzarmos o olhar, ficamos fixamente olhar um para o outro. Aquele rosto gordo e pálido era-me familiar e de imediato, voltei a recuar ao tempo de infância e reconhecer a personagem que fez parte daquele capítulo, da minha vida.
Delicadamente, disse – Acho que o conheço.
Por sua vez, ao estilo que sempre o caracterizou cheio de etiquetas e boas maneiras, sem perder a postura, também disse: Sim...Pois tu moravas junto ao quiosque, o teu irmão é o ####.
Pois, ele do meu irmão, nunca mais se esqueceu, pois um celebre dia, eu fiz questão, que ele nunca mais se esquecesse, quem era o irmão do meu irmão e pelo vistos a terapia resultou, mas isso foram águas passadas e coisas de miudagem.
Eu observava-o, os calções haviam sido substituídos por uma calça de fato e o laço do colégio pela gravata, ganhando além da idade umas gorduras extra.
E lá fomos, um café solitário transformou-se num café a dois.
O meu amigo estava de bem com vida, aliás como sempre esteve. A ele, filho único, competia-lhe gerir o legado do pai, que havia sido passado a este, pelo seu avô.
Enquanto, lá em casa havia uma bicicleta para dois, ele tinha duas bicicletas só para ele; enquanto eu tinha um par de sapatilhas que tinham que durar o ano escolar todo e o Verão e umas galochas azuis com as solas amarelas, para a chuva...lembram-se desse modelo de galochas??? ... ele tinha umas boas botas de cabedal, bem duras e pesadas, diga-se de passagem.
Mas, não era por não ter, que me inibia de divertir, fazer amizades e ser feliz. Mas o meu amigo, por ter tudo aquilo que tinha, teve acesso mais rápido ao nosso grupo, principalmente porque ele tinha uma bola de couro, na época rara e inacessível, para a malta, pois jogávamos com uma bola de borracha, que saltava mais que uma bola saltitona.
Como é evidente, de imediato passou a ser titular com a entrada da equipa no campo...e após cinco minutos de jogo, passava a titular ao banco de suplentes.
Sendo um bom desportista, mesmo no banco, não deixava de torcer pela sua equipa, não parando de gritar:
- Quero jogar, a bola é minha !!!!!!!
Como os jogos eram emotivamente bem vividos, ninguém o ouvia. Só parávamos, quando ele, tipo arbitro parava o jogo, não para assinalar falta ou penalty, mas sim para recolher a bola e fugir com ela, para casa. No fundo, foram bons momentos da vida, em que se vivia despreocupadamente e inocentemente.
Regressando ao café, o meu amigo, falava da sua empresa, dos negócios, da situação económica e politica do país e como tal situação o afectava
Ele falava enquanto eu o escutava e observava. Discursava, friamente e distante, poucos ou nenhuns sentimentos haviam em suas palavras.
Quando terminou, perguntou:
- E tu????
Eu, enquanto calmamente, acendia um cigarro, respondi:
- Eu???...Eu, além de estar de bem com a Vida, fui abençoado por Deus !!!
Ao terminar, de imediato não pude deixar de observar a cara de espanto do meu interlocutor, e prossegui:
-Sim...tenho 3 filhos maravilhosos, que me abraçam e se sentam ao meu colo, quando chego a casa e aos quais, tento ensinar o valor da Vida e dos seus valores morais. Uma esposa que me ama e que me acompanha e apoia ao longo da vida. Por isso, considero-me uma pessoa afortunada e abastada em ...Amor.
Meus amigos.... a reacção dele, foi deitar os olhos ao chão, inventar um compromisso esquecido, cumprimentar e sair, sem antes dizer que pagava os cafés.
Mais uma vez na vida, aprendeu a lição.
Concerteza que não se vai esquecer deste reencontro e do café, da mesma forma que há 20 anos atrás, aprendeu a não se esquecer do irmão do meu irmão.
AAAAAAAAUUUUUUUUU
AAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUU
1 Comments:
olá amigo...
com certesa que este aprendeu a licão.
Concordo contigo em pleno quanto aos valores norais, com certesa que ter a familia que tens e á qual tens muito amor, e esse reciproco é muito melhor do que ter um alta carrão, esses são os tesouros mais preciosos que alguem pode ter na vida e tu tens-los com certesa.
Um beijo grande desta tua amiga Dininha
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